Importância da Norma de Desempenho
07/10/2022O revestimento de piso com placas cerâmicas é uma alternativa técnica e esteticamente interessante para diversas aplicações, em especial para as residências. Além de proporcionar facilidade para limpeza e requinte no acabamento, o piso cerâmico pode ser aplicado tanto em áreas frias quanto em áreas quentes, internas ou externas, molhadas ou não. Porém, cada aplicação exige uma série de cuidados na seleção e aplicação dos materiais, para que o revestimento seja tão belo quanto duradouro.
A fabricação da cerâmica é um processo bastante rigoroso, que conta com diferentes tecnologias, aliando sustentabilidade e qualidade. As placas cerâmicas são constituídas, em geral, de três camadas. A primeira é o suporte ou biscoito. A segunda é o engobe, que tem função impermeabilizante e garante a aderência do esmalte ou entre as partes. A terceira é o esmalte, uma camada vítrea que também impermeabiliza, além de decorar a face superior.
A NBR 13753 de 12/1996 - Revestimento de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante – Procedimento estabelece os requisitos para a execução, fiscalização e recebimento de revestimento de pisos externos e internos com placas cerâmicas assentadas com argamassa colante. Para o revestimento de piscinas ou de locais com usos especiais, a base deve ser executada para resistir aos esforços solicitantes e às condições de isolação térmica e de impermeabilização, específica a cada caso.
A execução do revestimento deve ser inspecionada nas suas diferentes fases, levando-se em conta o disposto na norma e na recepção de materiais (cimento, cal, areia, revestimentos cerâmicos, aditivos impermeabilizantes, selantes, tiras pré-formadas, membrana asfáltica, papel kraft, tela metálica, membrana de polímeros, etc.); verificação das condições de armazenamento de materiais e componentes; preparação da base e/ou execução da camada de impermeabilização; preparação das placas cerâmicas; verificação da execução das camadas intermediárias que porventura existirem e execução do contrapiso; verificação da dosagem de água de acordo com o especificado pelo fabricante; verificação do preparo das argamassas em locais protegidos contra sol, vento e chuvas.
Igualmente, deve-se verificar o consumo das argamassas dentro do prazo máximo declarado pelo fabricante; fazer a verificação do assentamento das placas cerâmicas, com especial atenção para as condições de ventilação e insolação, as quais limitam a área de espalhamento da argamassa colante; verificação do rejuntamento das placas cerâmicas e das dimensões das juntas; verificação das disposições construtivas das juntas de dessolidarização e de movimentação, quando for o caso.
A execução do piso com revestimento cerâmico deve ser iniciada após terem sido concluídos os seguintes serviços: o revestimento de paredes; o revestimento de tetos; a fixação de caixilhos; a execução da impermeabilização; a instalação de tubulações embutidas nos pisos; e o ensaio das tubulações existentes quanto à estanqueidade. Antes do início da execução do revestimento, deve ser certificado se a quantidade de placas cerâmicas existentes na obra é suficiente, recomendando-se uma margem de sobra para cortes, imprevistos ou futuros reparos.
As disposições do assentamento devem ser previstas para que haja o mínimo possível de cortes de placas cerâmicas. O piso de ambientes não molháveis, como quartos e salas, deve ser executado em nível ou com caimento máximo de 0,5%. O piso interno de ambientes molháveis, como banheiros, cozinhas, lavanderias e corredores de uso comum, deve ser executado com caimento de 0,5% em direção ao ralo ou à porta de saída. Recomenda-se que não seja ultrapassado o valor de 1,5%.
Nos boxes dos banheiros, o caimento deve estar compreendido entre 1,5% e 2,5% em direção ao ralo. O piso térreo externo aplicado sobre base de concreto simples ou armado deve ser executado com caimento mínimo de 1,0%. O piso externo aplicado sobre laje deve ser executado com caimento mínimo de 1,5%.
O assentamento das placas cerâmicas só deve ocorrer após um período mínimo de cura da base ou do contrapiso. No caso de não se empregar nenhum processo de cura, o assentamento deve ocorrer no mínimo 28 dias após a concretagem da base ou 14 dias após a execução do contrapiso. O revestimento dos pisos com placas cerâmicas deve ser executado em condições climáticas médias, verificadas no local da obra.
Antes de realizar o rejuntamento deve-se: verificar a aderência das placas cerâmicas, percutindo as placas com objeto não contundente para observar se ocorre o som de oco; verificar o alinhamento das juntas, nivelamento, cota, planeza e caimento do piso acabado; verifica as condições de preparação da junta a ser preenchida com selante (juntas com bordas regulares, secas, limpas e totalmente desobstruídas), as condições do material de enchimento (natureza, estado de umidade e altura da camada) e de todas as condições de aplicação do selante (imprimação preliminar, altura da camada, acabamento superficial do selante e proteção lateral das juntas), para que não ocorra impregnação das placas cerâmicas pelo selante.
Para os materiais das juntas de movimentação e de dessolidarização, deve constar no projeto arquitetônico a especificação dos produtos selecionados. Os fabricantes devem fornecer documentação técnica contendo pelo menos o procedimento para correta aplicação, bem como o prazo de vida útil dos produtos aplicados. Nos enchimentos, devem ser empregados materiais altamente deformáveis, tais como borracha alveolar, espuma de poliuretano, manta de algodão para calafetação, cortiça, aglomerado de madeira (com densidade aparente de massa da ordem de 0,25 g/cm³), etc.
Na vedação das juntas de movimentação, de dessolidarização e estruturais, devem ser empregados selantes à base de elastômeros, tais como poliuretano, polissulfeto, silicone, etc. Em caso de dúvida sobre a qualidade dos selantes, sua adequação deve ser comprovada por laboratório especializado. As tiras pré-formadas devem ser altamente deformáveis e compatíveis com a deformação esperada. Em caso de dúvida sobre a qualidade das tiras pré-formadas, sua adequação deve ser comprovada por laboratório especializado.