Principais atualizações da Norma de Desempenho
20/10/2023A Atualização NBR 6123 2023
06/01/2024A aplicação da Norma de Desempenho é um marco inegável na engenharia civil, estabelecendo critérios e requisitos que visam garantir que as edificações atendam a padrões rigorosos de qualidade e segurança. No entanto, para muitos profissionais, a jornada de adaptação a essa norma envolve três fases distintas: medo, preocupação e oportunidade. Neste artigo, exploraremos cada uma dessas fases e como os profissionais podem superá-las para melhorar seus projetos e até mesmo identificar oportunidades de negócios.
Fase 1: O Medo do Desconhecido
A primeira fase que a maioria dos profissionais enfrenta ao começar a aplicação da Norma de Desempenho é o medo que surge principalmente da falta de conhecimento sobre o assunto. Esse medo inicial é muitas vezes agravado pelas implicações legais associadas à não conformidade com as normas técnicas. Ao se deparar com essa norma extensa, os profissionais podem sentir-se assustados com a quantidade de critérios a serem atendidos, mas também com o risco de responsabilização legal caso não cumpram esses padrões.
A conformidade com as normas técnicas, incluindo a Norma de Desempenho, é fundamental para garantir a segurança dos projetos e proteger os profissionais de potenciais litígios. Qualquer desvio ou não conformidade pode resultar em disputas judiciais custosas e atrasos nos projetos. Portanto, superar o medo inicial envolve não apenas o esforço de estudo e familiarização com a norma, mas também a compreensão das consequências legais da não conformidade.
Leia aqui sobre as observâncias legais quanto a obrigatoriedade da aplicação das normas técnicas
É importante ressaltar que esta sensação se estende além dos profissionais individuais, atingindo o próprio mercado de construção como um todo, incluindo fornecedores, construtores, prestadores de serviço e projetistas. Muitos ainda utilizam a Norma de Desempenho apenas por medo de processos legais e penalidades associadas à não conformidade. No entanto, há um grupo crescente de profissionais e empresas que já superaram essa fase de medo.
Fase 2: Preocupação com a Aplicação Correta
À medida que os profissionais superam o medo e começam a aplicar a Norma de Desempenho, entram na fase de preocupação. Nesta fase, não se trata apenas de reconhecer os riscos, mas também de entender como mitigá-los ao longo do processo. Os profissionais podem sentir-se inseguros quanto a estar fazendo as coisas da maneira correta e podem se questionar sobre a exposição a riscos legais, especialmente se não estiverem em conformidade com as normas técnicas.
Aqui, é fundamental reconhecer que a conformidade com as normas técnicas não apenas garante a qualidade da construção, mas também oferece uma camada de proteção legal significativa. Ao seguir as diretrizes da Norma de Desempenho e outras normas relacionadas, os profissionais estão demonstrando diligência e responsabilidade profissional, reduzindo o risco de litígios. Buscar orientação de especialistas legais é uma estratégia prudente para lidar com preocupações jurídicas durante a aplicação da norma.
A preocupação durante a aplicação da norma é compreensível, pois qualquer desvio ou não conformidade pode ter sérias consequências, como a necessidade de retrabalho, atrasos no cronograma e custos adicionais. Para mitigar essa preocupação, os profissionais precisam se dedicar à formação contínua, ao acompanhamento de melhores práticas da indústria e à busca de orientação de especialistas em normas de desempenho. A troca de experiências com colegas da área também pode ser valiosa para aprimorar a compreensão da aplicação da norma.
Fase 3: Identificação de Oportunidades
Após superar o medo inicial e a preocupação com a aplicação da Norma de Desempenho, os profissionais entram na fase de identificação de oportunidades. Neste ponto, vale a pena considerar não apenas a conformidade com normas técnicas, mas também a busca por certificações ambientais como forma de complementar o atendimento aos critérios de desempenho.
A conformidade com a Norma de Desempenho já implica em considerações ambientais importantes, uma vez que critérios relacionados à eficiência energética e sustentabilidade fazem parte dessa norma. Ao cumprir esses critérios, os empreendimentos demonstram aptidão para buscar certificações ambientais, como o LEED, PROCEL, AQUA, CASA AZUL, etc.
Há um grupo crescente de profissionais e empresas que não veem a norma apenas como um regulamento a ser cumprido, mas como uma ferramenta valiosa para aprimorar os seus serviços. Esses pioneiros compreendem que a Norma de Desempenho não é apenas um instrumento de conformidade, mas também uma oportunidade de inovação e excelência na engenharia. Eles reconhecem que, ao internalizar os conceitos da norma, podem otimizar o desempenho das edificações, torná-las mais sustentáveis e, consequentemente, mais competitivas no mercado. Além disso, ao aplicar esses padrões de qualidade, esses profissionais destacam-se como líderes no setor, atraindo clientes que buscam projetos de construção mais seguros e eficientes.
Neste cenário, a fase do medo evolui para um estágio de confiança e oportunidade, onde a Norma de Desempenho é vista como um guia para a excelência, não apenas como um obstáculo a ser superado.
Conclusão
A aplicação da Norma de Desempenho na engenharia civil envolve um processo que inclui a superação das fases de medo e preocupação, com implicações jurídicas substanciais associadas à conformidade com normas técnicas. No entanto, ao dominar os conceitos da norma e aplicá-los de forma eficaz, os profissionais podem não apenas garantir a conformidade legal, mas também identificar oportunidades para aprimorar seus projetos e até mesmo buscar certificações ambientais.
A conformidade com as normas técnicas é um pilar da responsabilidade profissional, enquanto as certificações ambientais reforçam o compromisso com a sustentabilidade e a inovação. Em última análise, a aplicação da Norma de Desempenho não apenas impulsiona a qualidade e eficiência na engenharia civil, mas também promove práticas responsáveis e cria oportunidades para o sucesso na indústria. Portanto, encarar essas fases com uma perspectiva jurídica, técnica e ambiental pode levar a uma evolução positiva no campo da engenharia civil, beneficiando profissionais e a sociedade como um todo.